Uma abordagem mais completa do paciente, que envolva os fatores emocionais, se faz necessária no tratamento da obesidade, uma vez que estes têm significativa relação na eclosão e/ou manutenção da mesma. Tais aspectos precisam ser reconhecidos e tratados, ajudando na elaboração de questões, muitas vezes difíceis de lidar, e oferecendo suporte psicológico motivando a aderência ao tratamento. A proposta do atendimento psicológico consiste em avaliar e ajudar a criança e a família a perceber quais motivos de ordem emocional, podem estar relacionados com a dificuldade em manter uma alimentação saudável, adequada a cada paciente. Tais razões podem ser tanto da própria criança, como da forma como esta família se organiza e que dinâmica emocional apresenta.
Causas
Em muitos casos, a obesidade infantil se desenvolve devido à relação que a mãe ensina a criança a ter com os alimentos quando ainda bebê. Algumas crianças aprendem muito cedo a compensar suas angústias com comida. Outras descarregam no ato de comer sua agressividade, ansiedade, tensões. Nota-se uma imaturidade em muitas delas em lidar com o desconforto gerado pelas pressões sofridas pelo ambiente, assim, acabam comendo demais e com má qualidade para aliviar tal desconforto, por exemplo, quando se sente ansiosa durante uma semana de provas; quando vivem situações de conflitos familiares, separação dos pais, mudanças na família, nascimento de um irmão, perda de familiares; quando sentem raiva ou frustração.
Conseqüências
É importante lembrar que existem também conseqüências emocionais para a criança obesa: muitas vezes sofrem discriminação por parte de colegas na escola recebendo apelidos, e por isso sentem-se hostilizadas e rejeitadas, o que pode abalar a auto-estima da criança e prejudicar suas relações sociais, seu desempenho na escola e gerar ainda mais ansiedade, levando a comer mais, se isolar ou ainda responder com comportamentos agressivos. Por isso é importante que o ganho de peso excessivo da criança não seja negligenciado pela família e possa ser diagnosticado o quanto antes.
EncontrArte Levemente
O atendimento psicológico em grupo, dentro do projeto multidisciplinar de reeducação alimentar, valoriza a troca entre as crianças e o apoio mútuo, juntas trabalham de forma lúdica aspectos como auto-estima, segurança, independência, maturidade nas escolhas, inclusive alimentares. Os resultados são observáveis no próprio relato das crianças e pais, além da percepção da equipe sobre o comportamento do grupo durante as atividades desenvolvidas.
Psicólogas com especialização
em Psicologia Aplicada à Nutrição
pela Unifesp – Escola Paulista de Medicina